terça-feira, 30 de junho de 2009

Republicando - Quem sou eu

Em sou aquele que busca o equilibrio entre a loucura e a lucidez, o silêncio e a algazarra, entre o ontem e o amanhã.

Sou aquele que sonha, e constroi, que erra e que tenta outra vez.

Que não vê a vida passar, mas que surfa entre as suas ondas.

Aquele que caminha, não só para chegar, mas para sentir a paisagem.

Sou aquele que busca novas perguntas

Que vive a vida com paixão, que encontra aventuras, que não cansa de se surpreender, na busca do admirável mundo novo.

E, antes de mais nada, eu sou aquele que não cabe em linhas na tela de um computador.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Tempos estranhos

Um dia entenderei melhor esta vida.

Talvez...

Buscamos coisas que quando as temos, não a queremos mais. Trabalhamos feito loucos, insanos, utilizando todo nosso tempo livre e um pouco mais... tudo isto para ter: mais tempo livre.

Dizemos coisas que não queremos, queremos coisas que não dizemos.

Lutamos por coisas bobas, e as coisas boas e belas deixamo-nos que se percam.

Acreditamos em ideais, mas só acreditamos. Vemo-los passar ao longe e as vezes nos lembramos que eles são importantes...

São coisas assim, coisa e tal... E o tempo passa, o tempo voa, fastiga o mundo e quando se vê muito já se passou. As cortinas se fecham, e quando se fecharem não podemos dizer que o espetáculo só começou.

Escrevo agora estas palavras, palavras tolas... mas que por ora podem ter razão. Elas, não eu. E assim sigo meu caminho, quase que como única alternativa, um monobloco: Tempos estranhos!

terça-feira, 26 de maio de 2009

Se fiquei esperando meu amor passar...

... já não basta que então, eu não sabia amar, e vivia perdido e vivendo em erro, sem querer me machucar de novo por culpa do amor...

...assim dizia o poeta Renato Russo.

Sobre o amor, falam muitos e o que falam é pouco. Sim, apaixonado é o ser humano, aquele que vive... mas confuso é o amor.

Os que o entendem são sábios e são poucos, mas são muitos aqueles que o sentem e sem saber... há pois o eterno, posto que é chama, e o infinito posto que dure...

E que se celebre a inquietude, a avidez dos incautos, dos insanos, dos insatisfeitos, dos mundanos...

O amor, quem sabe ao menos, ou ao mais, leva consigo os segundos, vence o tempo, encontra o caminho no turbilhão... quem o conhece, que já o viu não o esquece, não o esquece...

Se fizesse sentido, tudo isto, se ficasse em papel, mas nada disso é aquilo, na verdade sim , o contrário, ou nem isto...

Do amor, sei pouco e sei muito, e no fim nunca saberei o suficiente... ao mesmo tempo que o busco, tenho medo de encontrá-lo outra vez...

O seu rumo, incerto, perigoso, o seu custo, uma vida, ou mais... razão de existir... quem o saberá? Muitos se perderam, sucumbiram, outros se encontraram, superaram... um lugar, uma razão, um senão, um talvez...

Do amor, sei pouco e sei muito, e no fim nunca saberei o suficiente...

domingo, 10 de maio de 2009

Duets - Bom encontro é de dois

Que surpresa boa foi quando ouvi a primeira vez esta música. Primeiro porque não conhecia bem ela, a dona da voz, e quando a conheci fiquei deslumbrado por tamanha sonoridade. Adoro quando encontro novas revelações da nossa MPB.

Segundo, a música é uma obra prima, sua melodia é uma dança suave aos meus ouvidos , e tem muito a ver com o momento que estou passando, ou passei... um desencontro.

Sua letra, ao mesmo tempo leve e pesada, diz muito e diz pouco. Gostei desde a primeira vez que ouvi e confesso que vira e mexe ela está tocando na rádio que sintonizo em minha cabeça.

Estou falando de Boa Sorte / Good Luck com Vanessa da Mata e Ben Harper. Afinal, bom encontro é de dois...


http://www.youtube.com/watch?v=Jw6TnHYUkPg

sábado, 18 de abril de 2009

Aikido - A arte do não conflito

Eu confesso que gosto e acompanho a filosofia das artes marciais com muito interesse. Impressiona as filosofias destas artes e como elas são percebidas através de suas técnicas .

Durante minha vida, já fui praticante de Judô e Taiando (isto mesmo Taiando, uma técnica desenvolvido por um brasileiro misturando Taekando e Karate), e hoje sou praticante de Aikido. Embora todas elas tem bastante coisas em comum, há também bastante diferenças entre elas.

O Aikido significa "o caminho da energia interior" ou "o caminho da harmonia", e uma das coisas que percebo no aikido com maior intensidade do que as demais artes que pratiquei é a enfase no aprimoramento pessoal como um todo. No Aikido não é possível aprimorar a técnica sem aprimorar a sua personalidade.

A técnica do Aikido consiste na repetição a exaustão de alguns golpes buscando a perfeição, e logicamente, o que nos afasta da perfeição são os nossos problemas de personalidade mais marcantes. Assim, para melhorar na técnica e atingir um próximo degrau no caminho da perfeição, é preciso resolver um a um estes problemas... A evolução, no meu caso, é lenta e vagarosa, contudo, vigorosa e permanente. Aplicar a técnica é um convite para reflexões mais profundas, é uma viagem de auto conhecimento.

Outra coisa que gosto no Aikido é a ética do não conflito. Li num livro as quatro éticas de luta. A primeira delas, a mais primitiva, consiste na agressão gratuíta, que apesar de bárbara, ainda é presente em muitos jovens da classe média das grandes metropoles brasileiras, que saem na rua para brigar.

A segunda ética, em pouca coisa melhor que a primeira, está na postura do combate, na provocação. Nesta situação não ocorre a agressão gratuíta, mas a provocação para a agressão. E quando da resposta a provocação a agressão, aí sim se desencadeia o conflito. Neste caso também há a intenção do conflito e do dano.

A terceira ética, mais elaborada está na defesa ao conflito. A luta é apenas um instrumento de defesa, não de ataque. Após um ataque, há a defesa e o contra-ataque. O dano é decorrente de uma ação agressiva vinda de um terceiro. A maioria das artes marciais possui esta ética como predominante.

No entanto, há uma quarta ética, um pouco mais elaborada, que se preocupa com o dano ocasionado ao terceiro, mesmo enquanto defesa a uma agressão. Assim, a agressão deve ser combatida com a exata energia suficiente para a neutralização da agressão, para inibir o agressor de continuar o ataque. Esta é a ética do Aikido. Os golpes foram pensados onde a dor pudesse ser controlada, e pudesse ser aumentada ou diminuida conforme a resistência apresentada. Que o adversário pudesse ser neutralizado quase que sem sentir dor.

O mais interessante é que não há praticamente golpes de ataque no Aikido, toda a técnica é baseada numa reação a um ataque e na neutralização deste, o que pra mim é impressionante.

Fora tudo isto, acho a técnica de uma elegância que ao mesmo tempo que cria uma falsa impressão de ineficiencia (eu que faço Aikido sei que a técnica é bem eficiente), tem uma plasticidade que muitas vezes se assemelha a uma dança.

Convido a todos a conhecer esta arte marcial, que também serve como filosofia de vida.

E o melhor do Aikido, ele é acessível a homens e mulheres dos 4 aos 94 anos de idade.


Uma breve demonstração com Christian Tissier:
http://www.youtube.com/watch?v=ENSat0bmUpA

terça-feira, 14 de abril de 2009

CrazYness - Um desabafo

Uma fração da existência, como numa roda viva onde os segundos são como história, algo como se numa vaga lembrança. Um impulso desenvairado rumo em frente, o importante é conseguir chegar.

Entregas, corridas, armamentistas ou não. Um labirinto quase escuro na surdez da escuridão. Quase como a ânsia após o regorgitar. O sem saída e o sem razão.

Escrever às lágrimas, sangrando o papel, continuar fluindo contra a maré. Remando do contra, ouvindo o vento carregando tudo e todos, uma confusão.

Mesmo assim, empregnado dos segundos, o tempo voando em todas as direções. Uma estranha sensação de não bastar, de não quer mais... um castigo quase infinito, um raio sem intenção.

O começo de uma maratona, suma, avôa, busca incessante de quem não quer incessar. Vale a pena lembrar: o contrário, e então, o oposto disto.

Palavras pelo ar, ávidas, vigilantes, para quem não sabe onde e porque começar, uma loucura, sempre ela, a vasculhar os cantões da mente, a propulsão da gente... algo assim que não se pode reprimir nem reprisar.

E assim, vai, água torrente, invadindo, conseguindo , pulsando sempre e como, nunca irá mais uma vez pulsar.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Duets - Gilbertos

Inspirado num blog de uma amiga http://whennobodyseesme.blogspot.com/ , encontrei esta pérola no YouTube.

De um lado um dos ícones da Bossa Nova e seu banquinho, do outro um talento precoce, tal pai tal filha.

Estou falando da família Gilberto, papai João e filha Bebel em uma das interpretações mais lindas que ouvi (e vi) da música "Chega de Saudade" de Vinícius de Moraes. A música e uma delícia e Bebel está inspirada e em total harmonia com o pai.


Pra vocês curtirem, segue o link no YouTube:
http://www.youtube.com/watch?v=gzxVBXCP1jg