Eu confesso que gosto e acompanho a filosofia das artes marciais com muito interesse. Impressiona as filosofias destas artes e como elas são percebidas através de suas técnicas .
Durante minha vida, já fui praticante de Judô e Taiando (isto mesmo Taiando, uma técnica desenvolvido por um brasileiro misturando Taekando e Karate), e hoje sou praticante de Aikido. Embora todas elas tem bastante coisas em comum, há também bastante diferenças entre elas.
O Aikido significa "o caminho da energia interior" ou "o caminho da harmonia", e uma das coisas que percebo no aikido com maior intensidade do que as demais artes que pratiquei é a enfase no aprimoramento pessoal como um todo. No Aikido não é possível aprimorar a técnica sem aprimorar a sua personalidade.
A técnica do Aikido consiste na repetição a exaustão de alguns golpes buscando a perfeição, e logicamente, o que nos afasta da perfeição são os nossos problemas de personalidade mais marcantes. Assim, para melhorar na técnica e atingir um próximo degrau no caminho da perfeição, é preciso resolver um a um estes problemas... A evolução, no meu caso, é lenta e vagarosa, contudo, vigorosa e permanente. Aplicar a técnica é um convite para reflexões mais profundas, é uma viagem de auto conhecimento.
Outra coisa que gosto no Aikido é a ética do não conflito. Li num livro as quatro éticas de luta. A primeira delas, a mais primitiva, consiste na agressão gratuíta, que apesar de bárbara, ainda é presente em muitos jovens da classe média das grandes metropoles brasileiras, que saem na rua para brigar.
A segunda ética, em pouca coisa melhor que a primeira, está na postura do combate, na provocação. Nesta situação não ocorre a agressão gratuíta, mas a provocação para a agressão. E quando da resposta a provocação a agressão, aí sim se desencadeia o conflito. Neste caso também há a intenção do conflito e do dano.
A terceira ética, mais elaborada está na defesa ao conflito. A luta é apenas um instrumento de defesa, não de ataque. Após um ataque, há a defesa e o contra-ataque. O dano é decorrente de uma ação agressiva vinda de um terceiro. A maioria das artes marciais possui esta ética como predominante.
No entanto, há uma quarta ética, um pouco mais elaborada, que se preocupa com o dano ocasionado ao terceiro, mesmo enquanto defesa a uma agressão. Assim, a agressão deve ser combatida com a exata energia suficiente para a neutralização da agressão, para inibir o agressor de continuar o ataque. Esta é a ética do Aikido. Os golpes foram pensados onde a dor pudesse ser controlada, e pudesse ser aumentada ou diminuida conforme a resistência apresentada. Que o adversário pudesse ser neutralizado quase que sem sentir dor.
O mais interessante é que não há praticamente golpes de ataque no Aikido, toda a técnica é baseada numa reação a um ataque e na neutralização deste, o que pra mim é impressionante.
Fora tudo isto, acho a técnica de uma elegância que ao mesmo tempo que cria uma falsa impressão de ineficiencia (eu que faço Aikido sei que a técnica é bem eficiente), tem uma plasticidade que muitas vezes se assemelha a uma dança.
Convido a todos a conhecer esta arte marcial, que também serve como filosofia de vida.
E o melhor do Aikido, ele é acessível a homens e mulheres dos 4 aos 94 anos de idade.
Uma breve demonstração com Christian Tissier:
http://www.youtube.com/watch?v=ENSat0bmUpA
sábado, 18 de abril de 2009
terça-feira, 14 de abril de 2009
CrazYness - Um desabafo
Uma fração da existência, como numa roda viva onde os segundos são como história, algo como se numa vaga lembrança. Um impulso desenvairado rumo em frente, o importante é conseguir chegar.
Entregas, corridas, armamentistas ou não. Um labirinto quase escuro na surdez da escuridão. Quase como a ânsia após o regorgitar. O sem saída e o sem razão.
Escrever às lágrimas, sangrando o papel, continuar fluindo contra a maré. Remando do contra, ouvindo o vento carregando tudo e todos, uma confusão.
Mesmo assim, empregnado dos segundos, o tempo voando em todas as direções. Uma estranha sensação de não bastar, de não quer mais... um castigo quase infinito, um raio sem intenção.
O começo de uma maratona, suma, avôa, busca incessante de quem não quer incessar. Vale a pena lembrar: o contrário, e então, o oposto disto.
Palavras pelo ar, ávidas, vigilantes, para quem não sabe onde e porque começar, uma loucura, sempre ela, a vasculhar os cantões da mente, a propulsão da gente... algo assim que não se pode reprimir nem reprisar.
E assim, vai, água torrente, invadindo, conseguindo , pulsando sempre e como, nunca irá mais uma vez pulsar.
Entregas, corridas, armamentistas ou não. Um labirinto quase escuro na surdez da escuridão. Quase como a ânsia após o regorgitar. O sem saída e o sem razão.
Escrever às lágrimas, sangrando o papel, continuar fluindo contra a maré. Remando do contra, ouvindo o vento carregando tudo e todos, uma confusão.
Mesmo assim, empregnado dos segundos, o tempo voando em todas as direções. Uma estranha sensação de não bastar, de não quer mais... um castigo quase infinito, um raio sem intenção.
O começo de uma maratona, suma, avôa, busca incessante de quem não quer incessar. Vale a pena lembrar: o contrário, e então, o oposto disto.
Palavras pelo ar, ávidas, vigilantes, para quem não sabe onde e porque começar, uma loucura, sempre ela, a vasculhar os cantões da mente, a propulsão da gente... algo assim que não se pode reprimir nem reprisar.
E assim, vai, água torrente, invadindo, conseguindo , pulsando sempre e como, nunca irá mais uma vez pulsar.
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