quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

A esperança

13 de maio de 1888, assinatura da Lei Áurea e com ela a abolição (pelo menos oficialmente) da escravatura no Brasil.

20 de janeiro de 2009, um negro assume a presidência dos Estados Unidos da América, tornando assim o homem mais poderoso do mundo.

Entre estes dois marcos, uma epopéia de lutas e perseguições por motivos que fazem me refletir se o Homo Sapiens não merece de fato a extinção de sua espécie.

O Brasil foi um dos últimos países a terminar com uma das mais absurdas e vergonhosas práticas da humanidade, a de desumanizar o próprio homem. E diga-se de passagem, contra a vontade.

Eu diria que por razões históricas, já que na história recente as invasões bárbaras ocorreram no continente africano, o último grande período de tráfico de seres humanos foi em sua grande maioria de negros.

Esta prática arraigou em muitas sociedades uma descriminação vinculada a esta raça e acabou sucitando em muitos países, sobretudo no ocidente, um esforço enorme das comunidades negras para resgatar sua dignidade.

E impressionante como levamos tanto tempo para começar a reparar este câncer social, esta idéia infundada de raças inferiores e superiores. O caráter das pessoas, de cada uma delas, independente de raça, estes sim podem ser bem diferentes em sua magnitude.

Nem tudo na história se repete. Obama assume como um mito, ainda tem muito o que provar, mas reacende pelo menos em mim a esperança na humanidade, pois me faz voltar a acreditar que começa a ficar no passado o tempo que a cor da pele de uma pessoa representava muito mais do que a quantidade de melanina que a faz mais ou menos escura.

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