Por conta das bolhas do dia anterior adotei a estratégia de fazer apenas meio dia de caminhada (a parte da manhã era mais tranquila), a parte da tarde faria o trajeto de trem, já que não queria de maneira alguma colocar em risco a minha subida a pé para a cidade inca de Machu Picchu e a minha subida a montanha Waynapicchu no dia seguinte.
A caminhada na manhã do quarto dia era realmente tranquila, mesmo com o pé cheio de band-aids para a minha coleção de bolhas, e sem a minha ex-bota, não tive dificuldades em fazer a primeira etapa com o meu super papete e meias, meu único calçado a partir de então.
Uma pena que tive que decidir um dia antes a minha ida de trem na segunda parte do trajeto, hoje acredito que não teria problemas em fazer a segunda metade (pelos trilhos) também. Falando nisso, ouvindo os noticiários da situação das enchentes na cidade de Aguas Calientes e do transbordamento do rio Urubamba é que percebo quanto Deus estava conosco por toda caminhada. Estar ilhado em uma caminhada no meio do nada não deve ser uma sensação muito agradável!!!
Para almoçar chegamos em um restaurante nas proximidades da usina de Machu Picchu. Esta seria a minha primeira separação dos meus companheiros de caminhada. No almoço me juntei ao Pablo e a Jenniffer, desistentes do 1º e 3º dia, que também iriam tomar o trem.
Eu aproveitei o tempo livre e a hidrelétrica que estava ali do lado para trabalhar. Acabei fazendo uma visita não planejada a hidrelétrica de Machu Picchu, onde foi muito bem recebido pelo engenheiro Ronald e conheci a interessante usina, a única que conheço que tem desenhos incas pintados nas tampas das turbinas.
As 4 da tarde, pegamos o trem, que faz um trajeto delicioso pelo meio das montanhas e nos leva a aconchegante cidade de Aguas Calientes (este trem é o que ficou totalmente bloqueado com as enchurradas do final de janeiro de 2010).
Cheguei junto ao grupo e fui entregue devidamente ao albergue, onde voltaria a encontrar a Ana e a Betinha, após 4 dias de separação. Quando cheguei, elas estavam nas termas de Aguas Calientes, e para não perder o compromisso com a janta e os demais colegas de caminhada, tive que subir um trajeto de 20 minutos em 8, banhar-se ultra rapidamente nas termas que mais parecia o piscinão de Ramos, e voltar para a Plaza de Armas. Devo ter estabelecido um novo recorde mundial para o trajeto.
A chegada triunfal do grupo a Aguas Calientes, na frente como sempre Dor, e a esquerda nosso guia Rolando.
A noite foi uma delícia. Tomamos algumas cervejas, cantamos e falamos muita besteira. No entanto, como tinhamos que acordar as 3:30 da manhã para a subida a pé a Machu Picchu, fomos dormir cedo. O dia seguinte coroaria uma das viagens mais emocionantes que fiz em minha vida, e se somaria as memórias inesquecíveis de uma existência.
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