segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Expediçao - 28 de dezembro

Estamos no terminal rodoviario de Santa Cruz de la Sierra esperando o auto-bus. Passamos a tarde na TAM numa divertida busca de nossas mochilas pelo mundo. Depois de 2 horas de bastante paciencia e com a ajuda do super-Hugo da TAM descobri que minha mochila nao se animou de vir para Santa Cruz e irá direto a Cochabamba. A da Ana no entanto nem deu sinal de vida.

Eu, o super-Hugo da Tam e a Ana, na busca pelas maletas perdidas

Santa Cruz se parece muito com muitas cidades médias que temos no Brasil, um transito baguncado, uma economia punjante, shoppings lotados. Conversando com um taxista descobri que apenas olhando para a gente, os bolivianos sabem exatamente de onde somos, se somos brasileiros, paraguaios, venezuelanos, argentinos.

O povo boliviano nos pareceu um pouco timido, mas muito simpaticos e solicitos, ate agora nota 10!

Terminal de Santa Cruz de La Sierra - aquela bagunça tradicional

Bem, vou ficando por aqui... quer dizer, por aqui nao, vou seguindo viagem a Cochabamba. Até o proximo post....

Expedição - Dias 26, 27 e 28 de dezembro

Que beleza, a expedição iniciou-se no dia 26 de dezembro, mas precisamente as 22:30 num dia chuvoso em São Paulo. 23 dias de Bolìvía, Peru e Chile, uns 10.000 kms e muitas aventuras.
Note que graças a capa da mala da Ana foi possivel localizar nossas malas perdidas pelo Google Earth

No aeroporto tudo bem, estavamos tranquilos, tão tranquilos que quase perdemos o vôo rsrrs. Demos bobeira, e a fila para o embarque estava kilométrica.... um pouco de adrenalina pra começar.

Chegamos em Assunção, a imponente capital do Paraguai. Fiquei com a impressão de ter chegado no Aeroporto de Piracicaba, nada contra Piracicaba.... Enfim, mas tivemos uma noite confortabilíssima na Suite Presidencial Aeroporto, não sabia que um saco de dormir num chão de um saguão pudesse ser tao confortável.

Suite Presidencial Aeroporto - Piracicaba...quer dizer, Assunçao - Paraguay

Mas os problemas logo surgiram, o grupo que no inicio parecia bem coeso, se separou... As malas para um lado e nós para o outro.. rrsr Eu e a Ana perdemos as malas logo em Assunçáo, e deixamos de nos preocupar com o peso delas. A Betinha foi a única contemplada com a mala.

Agora neste momento estou num albergue muito bacana em Santa Cruz de La Sierra, com as minhas 3 camisetas, um tênis e 2 meias... Sussa pra carregar...

A cidade é bem bacana, fomos ao Parque Urbano e nos sentimos celebridades, os únicos não índios daqui. Santa Cruz parece uma cidade praiana, quase sacaniei os Bolivianos sobre se eles não se sentinam na praia por aqui. (Detalhe de Geografia: a Bolivia não tem mar, perdeu-o na guerra para os chilenos)

O transporte urbano em Santa Cruz, muito eficiente por 3 bolivianos.

Aqui tudo é limpinho e organizado (menos o parque) e o Hostel Copacapana é altamente recomendado. Tomamos o nosso primeiro mate com folhas de coca, chamado tri-mate, que mistura o com outras ervas, sobretudo camomila.

O esporte Nacional da Bolivia - o Pebolim - Parque Urbano em Santa Cruz

Por enquanto tudo ótimo, fomos ontem a missa (vale a pena!) e depois, seguimos viagem, com, ou sem bagagem. Vou tentar postar aqui as aventuras.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Creation

Difícil considerar o processo criativo um processo, tamanha a sua instabilidade. Engraçado que somente agora me vem a clareza que para a criatividade de nada importa a eficiência em que se chega a resultados. Todo o valor da criatividade está em sua eficácia, na sua capacidade de gerar a coisa certa e não em quão rápido e com economia de recursos se chega a alguma coisa.

Acompanho avidamente os avanços da ciência cognitiva e começo a chegar a conclusão que a criatividade é um processo combinatório onde conhecimentos e estruturas existentes se combinam de maneira nova gerando novos conhecimentos e estruturas, e a forma desta combinação é o segredo entre o sucesso e o fracasso de uma inovação.



Não é isso que diferencia no final o ser humano de uma bactéria ou de uma banana? A maneira que é combinada esta sequência de adeninas, citosinas, guaninas e timinas ? E não são estas estruturas combinações de Hidrogênio, Carbono, Oxigênio e Nitrogênio?

Na sua essência, as coisas são todas simples, a impressão que tenho é que o grande Arquiteto, pensou em tudo. Leis elegantes pra um kit de montar incrível com trilhões de possibilidades. E quando descobrimos quão simples são os mistérios mais profundos da vida, não nos deixamos de nós impressionar. É assim com as Leis de Maxwell, é assim com Força = Massa * Aceleração, é assim com Energia = Massa * Velocidade da Luz ao quadrado, enfim...

E para isso nada é mais necessário do que a imaginação. A imaginação para dar forma a maça caíndo ou ao elevador despencando no espaço infinito. É claro que um toque de genialidade, ou de loucura, de Newtons e Einstein sejam necessários... Mas que não tem um pouco de gênio, ou de louco?

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Esperando...

Os dias passam lentos pra quem espera... São como bolhas de sabão a flutuar no ar, no quase explodir a cada instante. E é mais lento ainda o tempo pra quem espera sem saber o que... É uma agonia incessante que vai crescendo.

Fica a impressão que nunca chega... o não encontro. O eco espalhando-se no espaço, no vazio.


São como os ponteiros do relógio avançando. O tempo como a areia de uma ampulheta se esvaindo rumo ao nada. Mais difíceis são os que esperam em real-time, ao vivo e a cores, no século XXI, onde as pessoas se acostumam a respostas imediatas, a conexão instantânea e indolor.

Pra quem espera, a espera nunca acaba, os minutos se multiplicam como Gremilins, como praga no jardim. Como os incontáveis tijolos da pirâmide de Gizé... Quem espera, cansa... Tortura a esperança, como se torcesse o pano de limpar o chão na busca de retirar-lhe a última gota .

É difícil a vida pra quem espera.... Fica a sensação de que é preciso fazer algo... Mas o que? Que é preciso ir para algum lugar... Mas pra onde? A impressão de que existe a resposta certa, o caminho certo, a direção certa, .... mas não se sabe qual.

Se espera pelo momento, pelo instante mágico onde tudo se faça claro... que encaixe nos eixos, que a resposta venha como que uma luz divina inspirando a essencia do ser. Espero este momento que eu sei que saberei... e nesta hora tudo fará sentido e me encontrarei novamente em paz.

terça-feira, 7 de julho de 2009

O Mal

As pessoas falam sobre o terror primitivo, algo como o mal em sua pura essência. Muitos pensam em criaturas, seres sobrenaturais, monstros ou alienígenas. Outros pensam no desconhecido que paira em cada esquina como um fantasma, se escondendo nas sombras a espreita. Não sei o que seria o mais aterrorizante de tudo, o que unanimamente podesse ser a encarnação do próprio medo, o mal em sua gênese e síntese. Mas tenho o meu palpite.

Seria algo que num determinado dia pela manhã você o sente. Não como algo assustador, mas sim como um leve incômodo, como um mal estar passageiro, como um pequeno ponto negro em sua alma. Algo que lhe incomodasse como um espinho ou uma unha encravada, pequeno demais para ser levado a sério, mas grande o suficiente para se tornar intermitente durante o seu dia.

E no dia seguinte ele seria um pouco maior, se tornaria aquela dor de cabeça constante, aquela mancha preta na sua camisa branca. Cresceria como um tumor, avançando sobre a sua felicidade. Roubaria parte do seu sono, seria o zunido baixinho e constante que te acompanharia durante todo o seu dia. Aquela pedra no seu sapato, impossível de sair. Como uma ferida aberta e ardente. Aquele espetar da agulha, um incomodo que não cessasse.

E passado mais um dia, ele avançaria, seria como uma ânsia sem fim. Um espaço vazio em sua alma, algo comendo tudo pelas bordas. Neste dia você saberia que era um caminho sem volta, mas mesmo assim não acreditaria. Seria como receber a notícia de uma doença terminal. Um negrume avançando, acabando com seus sonhos, minando o seu sono e a sua paz. Seria aquele anzol enfiado na pele, suficiente para causar dor e ao mesmo tempo desespero. Algo invadindo o seu amago, tomando as suas veias, uma a uma. Um sangue negro trespassando o seu corpo. Como uma amarra lhe prendendo por dentro.


Logo mais ele já seria grande, grande o suficiente para ser um desespero continuo, uma agonia como a morte mas que chega devagar, que vai roubando um a um os seus minutos, a sua vida, a sua esperança. Seria a fina folha de papel cortando a carne, em cortes tão finos e tão profundos que nunca mais cicatrizariam, seria o eterno sangrar. As gotas pingando pelo chão. Aquela coisa como estar vivo e sentir o corpo apodrecendo, o cérebro se liquefazendo. Seria a putrefação do corpo e da alma e a conciência de tudo isto.

E mais um dia ele já seria maior do que o que restou de você. O torrão de açucar no formigueiro, sendo devorado pedaço por pedaço. Um círculo negro te envolvendo. Seria a agulha fina entrando em seus olhos, e cortando os seus músculos. Os pedaços da carne do seu corpo caindo pelo chão. Você saberia que não há mais saída e nem esperança, porém também não há o fim. Seria o eterno agonizar. Uma piscina de vinagre lambendo as suas feridas abertas. Você poderia sentir o fogo queimando as suas entranhas, fundindo as partes do seu corpo. Um estranho dominando as suas ações. São os seus olhos que testemunham a ação deste estranho, são suas pernas se movendo contra a sua vontade. Mas a dor, a dor, ela continua só sua.

E por fim, você, desaparecendo, confinado a um ponto branco, a estrela solitária num mar escuro de um céu. A eterna gota pingando da torneira que não vai se fechar. Sozinho, apenas observando, observando o mal agir em seu nome, matar a sua família, fazer sexo com o seu amor. Invadindo e destruindo o que é seu. Magoando a cada amigo, mentindo, roubando, violentando, subtraindo cada pedaço de felicidade. E você inerte, aprisionado, como um ponto branco dentro de seu próprio corpo, sozinho e com toda a sua dor.

E você está lá em mais um dia, e mais outro, e mais outro, e mais outro, e mais outro, e mais outro...

O Bem

As pessoas tentam definir a felicidade, o que seria ser feliz. Uns acreditam que a felicidade venha do dinheiro, da capacidade de poder fazer tudo, o ganhar na loteria. Tem aqueles que associam à saúde, em poder viver bem e viver longe. Outros ao amor, encontrar a alma gêmea. Muitos tem sua própria versão, outros não tem nem mesmo uma idéia. Se perguntassemos a cem pessoas diferentes, cem respostas diferentes encontraríamos. Díficil traduzir a idéia do bem, do belo, do justo: da felicidade. Mesmo assim, eu tentaria descrevê-la assim.

Seria aquela sensação suave, como o primeiro floco de neve tocando o chão. Algo como o beliscar de um peixe na superfície de um lago. Uma luz branca e calma, preenchendo tudo ao redor. Seria como saber tudo e ao mesmo tempo nada importar.

É como um sorriso de criança, espontâneo e sem porquê, ou ainda o mover das folhas indo e voltando ao mesmo lugar. Ou a maré pela manhã, tocando com um beijo de espuma as areias da praia. Poderia ser um aperto de mão, ou mesmo assim um beijo quente e molhado da sua companheira de anos.


É a letra que falta para completar as palavras cruzadas. É o acento que você coloca em uma palavra por lembrar dos tempos de infância. E poder correr sem razão. É o andar descalço! É o sol se pondo ou o levante dos pássaros. Seria a chuva fina refrescando aquela noite quente de verão.

Um sensação profunda, como o se deleitar com a sua própria risada. O encontrar de um amigo distante, um silêncio que faz bem. Seria o colo de vó, ou a lambina na colher de chocolate. Ou aquele correr do chuveiro para atender o telefone e encontrar a pessoa amada no outro lado da linha. Seria o desabrochar das flores, ou ainda o primeiro beijo.

É aquele escapar de um tombo por um triz, ou ler as velhas cartas. É a cauda do cachorro abanando. O vento suave que faz girar os cataventos. É a pipa no céu. É o próprio colorido. O instante depois das cocégas, e passar de ano raspando.


Diria que é o brincar de roda, ou o achar uma moeda no chão. É a figurinha que falta no álbum. É aquele abraço sincero. Talvez uma troca de olhares. O bife com o arroz e feijão! É o estouro da pipoca, ou o estourar das bolinhas de plástico que protegem os móveis na mudança. É o estar enamorado, é acertar a conta de cabeça!

Poderia ser até mesmo o palhaço. Ou a lembrança da pessoa querida. Quem sabe a própria caminhada, ou ainda o momento da chegada. Eu diria que é aquele instante onde se divide o acordar e o sonhar. Ou o simples saber de ser amado. É o besouro de ponta cabeça tentando se levantar. Ou a tartaruga subindo a ladeira.

Seria o respirar depois de prender a respiração debaixo dágua. É aquele papo com Deus e com o nosso anjo da guarda. São os minutos depois daquela desemfreada corrida. É o chocolate quente que a mãe nos trouxe na cama naquele dia frio. É assistir ao desenho preferido. É o obrigado sincero!

É o tentar! É o fazer! É o sonhar! É escrever um texto sobre o bem pelo simples: “-porque sim!”

quinta-feira, 2 de julho de 2009

O caseiro de bigode

O caseiro lá do nosso sítio é assim: Já tinha sido administrador da fazenda, mesmo tendo herdado o cargo com a morte do adminstrador que queriamos contratar... mas não importa. Ele queria mesmo era manter a reputação.

Engraçado, já que sua referência sempre fora de um bairro distante, não do bairro que morava. Sempre achei esquisito, a pessoa não ser querida no bairro onde mora. Enfim, mistérios a parte, eu meio que contratei-o... novamente.

Sabe como é, caseiro bom é caseiro morto... mas ruim com eles pior sem eles. A coisa foi ficando.

Pra que o sítio funcionasse o caseiro necessitava de uma estrutura nada pequena. Primeiro porque tinha um monte de encarregado, o encarregado da cerca, da pintura, da retirada do leite, por ordenar as vacas, o que cuidava da horta... E alem dos encarregados, tinha também o marceneiro, o pintor, o ordenador de vacas, o lavrador...

Tai um negócio que nunca entendi direito, pra que tanta gente. Nós só queriamos que o caseiro cuidasse bem do sítio, o que pra mim era até que simples. Mas a coisa começou pequena, foi crescendo e assim ficou.

Pra pagar os custos no começo deixavamos uns cheques com valor definido. Depois, como a despesa era muita, acabamos deixando uns cheques em brancos para cobrir eventualidades. Quando fui perceber, o dinheiro da conta nunca bastava.

O sítio funcionava não aquelas coisas. Tinha sempre um pedaço de cerca quebrada, um pedaço de parede por pintar, uma horta mal cuidada e uma vaquinha doente... mas fazer o que né? Nós nunca tínhamos tempo pra tomar conta do sítio direito.

O ponto que começou a me encasquetar e aos demais é que o caseiro cada vez queria mais. Fiquei descobrindo por acaso que rolava umas festas no sítio, e que boa parte do pessoal que "trabalhava" lá, quase nunca aparecia.

Comecei a ficar com raiva... conversei com uns amigos. O que diziam é que caseiro são todos assim. O que fazer? Sem saber direito o que fazer decidimos mantê-lo. Chamava a atenção dele um dia ou outro. A bagunça diminuia um tempo, mas quando prestavamos atenção de novo, ela já estava muito pior.

Começou a chegar no fundo do poço, quando descobrimos os tais dos "cheques secretos", estes cheques eram para pagar gente que nós nem sabíamos que eram funcionários do sítio. E pior, havia um bocado de gente da família do caseiro.

Ficamos possessos. Conversamos com o caseiro, ele desconversou, disse que deveria ser alguma confusão. Quem tinha falado tudo isto? Onde já se viu...ele tinha uma reputação a zelar.

O ponto é agora o momento em que nos encontramos. Será que deixamos tudo isto impune mais uma vez?

É , cada um tem o caseiro que merece!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

A vida - Roteiros - Parte III

Cara, estive pensando em escrever um roteiro!
Desculpa, cara, não entendi...
...escrever um roteiro, sabe?
Um roteiro, prá que, cara?
Cê vai querer mais um? Apontando com os olhos para os copos vazios de Chopps
Pode ser!
Sei, lá, sempre pensei em ser roteirista, trabalhar com cinema e coisa e tal.
E porque então fez engenharia, porra?
Vê mais dois bem gelados, faz favor.
Sei lá, cara!
Cinema é meio maluquice...
... e depois se não junto grana e fico aí, sei lá.
Então, beleza! concordando com o amigo e querendo por um ponto final no assunto
Mais ou menos!
Agora fico pensando... talvez , não sei... possa escrever algo, produzir...
Cê pode tentar.
Nossa que gostosa!
Uhmm, essa eu casava agora!
Ahh tem namorado!
Bem que eu não sou ciumento
Dava pra gastar uns 15 minutos, fácil.
Ô se dava!
Mas então, cara... queria pelo menos tentar...
... algum dia
Então tenta!
Mas como?
Sei lá cara, vai atrás.
Cê não trabalhava na rádio.
E que que isto tem a ver?
Sei lá... rádio, TV, Cinema, cara, tá tudo meio que ligado!
É que não tenho nem idéia por onde começar.
Pensei em escrever alguma coisa, depois sair por aí, filmar. Só pra ter o gostinho.
Então!
Escrever até beleza, mas não tenho camera.
Na verdade , não tenho idéia de como começar!
Eu curto escrever, cara, mas sei lá... nunca fiz mais do que uns troços pra divertir. Que nem aqueles Reports!
Aquilo era bem legal!
mas na minha cabeça um roteiro é diferente...
Porque cara?
Sei lá, parece coisa séria!
Não entendi.
Eu vou pedir alguma coisa pra comer.
É uma boa. Pede aquele porçãozinha de coxinha!
Pode ser.
Então, parece que um roteiro precisa ser mais formal, sei lá.
Porque, cara?
Porque sim!
Ô garçom! Chamando o garçom, e agora voltando para o amigo
Não tô te entendendo!
Um roteiro, tipo assim, tem que ser algo, mais pensado, sei lá. Eu tava pensando em ...
Ô garçom, me vê uma porção de coxinha. E mais um chopp pra mim.
Artur também para o garçon
Dois!
Arthur , agora para o amigo
Eu tava pensando em ver se falo com alguém que já escreveu algum.
Parece uma boa!
O problema que eu não conheço ninguém
Eu também não!
Não que eu saiba!
E aí que começa o problema!
Cara, pra mim, cê tá enrolando demais. Não tô vendo nenhum problema.
Pesquisa, cara! Procura na internet, mete as caras! Cê já fez coisa bem mais difícil!
Cê tá com frescura!
É, não sei.
Talvez eu deva começar mesmo, ...
Olha que safada!!
Quem?
Aquela gostosa que passou aqui que tem namorado!
...
Tá olhando pra cá!
Não exagera, cara!
Tô falando sério!
Só falta falar que ela quer dar pra você.
Parece que sim, cara!
Ah , tá bom!
Mas falando sério, acho que vou começar, mesmo
É cara, começa, cê vai ver que não é tão difícil quanto parece!
E eu tô ficando com fome, cara!
Eu também!
Será que a coxinha vai demorar?
Não sei! Ô garçom!

terça-feira, 30 de junho de 2009

Republicando - Quem sou eu

Em sou aquele que busca o equilibrio entre a loucura e a lucidez, o silêncio e a algazarra, entre o ontem e o amanhã.

Sou aquele que sonha, e constroi, que erra e que tenta outra vez.

Que não vê a vida passar, mas que surfa entre as suas ondas.

Aquele que caminha, não só para chegar, mas para sentir a paisagem.

Sou aquele que busca novas perguntas

Que vive a vida com paixão, que encontra aventuras, que não cansa de se surpreender, na busca do admirável mundo novo.

E, antes de mais nada, eu sou aquele que não cabe em linhas na tela de um computador.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Tempos estranhos

Um dia entenderei melhor esta vida.

Talvez...

Buscamos coisas que quando as temos, não a queremos mais. Trabalhamos feito loucos, insanos, utilizando todo nosso tempo livre e um pouco mais... tudo isto para ter: mais tempo livre.

Dizemos coisas que não queremos, queremos coisas que não dizemos.

Lutamos por coisas bobas, e as coisas boas e belas deixamo-nos que se percam.

Acreditamos em ideais, mas só acreditamos. Vemo-los passar ao longe e as vezes nos lembramos que eles são importantes...

São coisas assim, coisa e tal... E o tempo passa, o tempo voa, fastiga o mundo e quando se vê muito já se passou. As cortinas se fecham, e quando se fecharem não podemos dizer que o espetáculo só começou.

Escrevo agora estas palavras, palavras tolas... mas que por ora podem ter razão. Elas, não eu. E assim sigo meu caminho, quase que como única alternativa, um monobloco: Tempos estranhos!

terça-feira, 26 de maio de 2009

Se fiquei esperando meu amor passar...

... já não basta que então, eu não sabia amar, e vivia perdido e vivendo em erro, sem querer me machucar de novo por culpa do amor...

...assim dizia o poeta Renato Russo.

Sobre o amor, falam muitos e o que falam é pouco. Sim, apaixonado é o ser humano, aquele que vive... mas confuso é o amor.

Os que o entendem são sábios e são poucos, mas são muitos aqueles que o sentem e sem saber... há pois o eterno, posto que é chama, e o infinito posto que dure...

E que se celebre a inquietude, a avidez dos incautos, dos insanos, dos insatisfeitos, dos mundanos...

O amor, quem sabe ao menos, ou ao mais, leva consigo os segundos, vence o tempo, encontra o caminho no turbilhão... quem o conhece, que já o viu não o esquece, não o esquece...

Se fizesse sentido, tudo isto, se ficasse em papel, mas nada disso é aquilo, na verdade sim , o contrário, ou nem isto...

Do amor, sei pouco e sei muito, e no fim nunca saberei o suficiente... ao mesmo tempo que o busco, tenho medo de encontrá-lo outra vez...

O seu rumo, incerto, perigoso, o seu custo, uma vida, ou mais... razão de existir... quem o saberá? Muitos se perderam, sucumbiram, outros se encontraram, superaram... um lugar, uma razão, um senão, um talvez...

Do amor, sei pouco e sei muito, e no fim nunca saberei o suficiente...

domingo, 10 de maio de 2009

Duets - Bom encontro é de dois

Que surpresa boa foi quando ouvi a primeira vez esta música. Primeiro porque não conhecia bem ela, a dona da voz, e quando a conheci fiquei deslumbrado por tamanha sonoridade. Adoro quando encontro novas revelações da nossa MPB.

Segundo, a música é uma obra prima, sua melodia é uma dança suave aos meus ouvidos , e tem muito a ver com o momento que estou passando, ou passei... um desencontro.

Sua letra, ao mesmo tempo leve e pesada, diz muito e diz pouco. Gostei desde a primeira vez que ouvi e confesso que vira e mexe ela está tocando na rádio que sintonizo em minha cabeça.

Estou falando de Boa Sorte / Good Luck com Vanessa da Mata e Ben Harper. Afinal, bom encontro é de dois...


http://www.youtube.com/watch?v=Jw6TnHYUkPg

sábado, 18 de abril de 2009

Aikido - A arte do não conflito

Eu confesso que gosto e acompanho a filosofia das artes marciais com muito interesse. Impressiona as filosofias destas artes e como elas são percebidas através de suas técnicas .

Durante minha vida, já fui praticante de Judô e Taiando (isto mesmo Taiando, uma técnica desenvolvido por um brasileiro misturando Taekando e Karate), e hoje sou praticante de Aikido. Embora todas elas tem bastante coisas em comum, há também bastante diferenças entre elas.

O Aikido significa "o caminho da energia interior" ou "o caminho da harmonia", e uma das coisas que percebo no aikido com maior intensidade do que as demais artes que pratiquei é a enfase no aprimoramento pessoal como um todo. No Aikido não é possível aprimorar a técnica sem aprimorar a sua personalidade.

A técnica do Aikido consiste na repetição a exaustão de alguns golpes buscando a perfeição, e logicamente, o que nos afasta da perfeição são os nossos problemas de personalidade mais marcantes. Assim, para melhorar na técnica e atingir um próximo degrau no caminho da perfeição, é preciso resolver um a um estes problemas... A evolução, no meu caso, é lenta e vagarosa, contudo, vigorosa e permanente. Aplicar a técnica é um convite para reflexões mais profundas, é uma viagem de auto conhecimento.

Outra coisa que gosto no Aikido é a ética do não conflito. Li num livro as quatro éticas de luta. A primeira delas, a mais primitiva, consiste na agressão gratuíta, que apesar de bárbara, ainda é presente em muitos jovens da classe média das grandes metropoles brasileiras, que saem na rua para brigar.

A segunda ética, em pouca coisa melhor que a primeira, está na postura do combate, na provocação. Nesta situação não ocorre a agressão gratuíta, mas a provocação para a agressão. E quando da resposta a provocação a agressão, aí sim se desencadeia o conflito. Neste caso também há a intenção do conflito e do dano.

A terceira ética, mais elaborada está na defesa ao conflito. A luta é apenas um instrumento de defesa, não de ataque. Após um ataque, há a defesa e o contra-ataque. O dano é decorrente de uma ação agressiva vinda de um terceiro. A maioria das artes marciais possui esta ética como predominante.

No entanto, há uma quarta ética, um pouco mais elaborada, que se preocupa com o dano ocasionado ao terceiro, mesmo enquanto defesa a uma agressão. Assim, a agressão deve ser combatida com a exata energia suficiente para a neutralização da agressão, para inibir o agressor de continuar o ataque. Esta é a ética do Aikido. Os golpes foram pensados onde a dor pudesse ser controlada, e pudesse ser aumentada ou diminuida conforme a resistência apresentada. Que o adversário pudesse ser neutralizado quase que sem sentir dor.

O mais interessante é que não há praticamente golpes de ataque no Aikido, toda a técnica é baseada numa reação a um ataque e na neutralização deste, o que pra mim é impressionante.

Fora tudo isto, acho a técnica de uma elegância que ao mesmo tempo que cria uma falsa impressão de ineficiencia (eu que faço Aikido sei que a técnica é bem eficiente), tem uma plasticidade que muitas vezes se assemelha a uma dança.

Convido a todos a conhecer esta arte marcial, que também serve como filosofia de vida.

E o melhor do Aikido, ele é acessível a homens e mulheres dos 4 aos 94 anos de idade.


Uma breve demonstração com Christian Tissier:
http://www.youtube.com/watch?v=ENSat0bmUpA

terça-feira, 14 de abril de 2009

CrazYness - Um desabafo

Uma fração da existência, como numa roda viva onde os segundos são como história, algo como se numa vaga lembrança. Um impulso desenvairado rumo em frente, o importante é conseguir chegar.

Entregas, corridas, armamentistas ou não. Um labirinto quase escuro na surdez da escuridão. Quase como a ânsia após o regorgitar. O sem saída e o sem razão.

Escrever às lágrimas, sangrando o papel, continuar fluindo contra a maré. Remando do contra, ouvindo o vento carregando tudo e todos, uma confusão.

Mesmo assim, empregnado dos segundos, o tempo voando em todas as direções. Uma estranha sensação de não bastar, de não quer mais... um castigo quase infinito, um raio sem intenção.

O começo de uma maratona, suma, avôa, busca incessante de quem não quer incessar. Vale a pena lembrar: o contrário, e então, o oposto disto.

Palavras pelo ar, ávidas, vigilantes, para quem não sabe onde e porque começar, uma loucura, sempre ela, a vasculhar os cantões da mente, a propulsão da gente... algo assim que não se pode reprimir nem reprisar.

E assim, vai, água torrente, invadindo, conseguindo , pulsando sempre e como, nunca irá mais uma vez pulsar.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Duets - Gilbertos

Inspirado num blog de uma amiga http://whennobodyseesme.blogspot.com/ , encontrei esta pérola no YouTube.

De um lado um dos ícones da Bossa Nova e seu banquinho, do outro um talento precoce, tal pai tal filha.

Estou falando da família Gilberto, papai João e filha Bebel em uma das interpretações mais lindas que ouvi (e vi) da música "Chega de Saudade" de Vinícius de Moraes. A música e uma delícia e Bebel está inspirada e em total harmonia com o pai.


Pra vocês curtirem, segue o link no YouTube:
http://www.youtube.com/watch?v=gzxVBXCP1jg

domingo, 22 de março de 2009

A vida - Roteiros - Parte II

Escritório, cheio de baias com computadores. Algumas pessoas trabalhando, duas pessoas conversam sobre qualquer coisa no canto, Arthur está parado olhando para o seu computador. Um programa de CAD esta rodando na tela. Não há mais nada na tela

Arthur então começa a desenhar no CAD. Primeiro um paralelepipedo que aos poucos começam a ganhar contornos de uma nave espacial. Música de star wars sobe ao fundo. Seu vizinho da baia do lado olha o desenho e ri consigo. Arthur coloca alguns efeitos especiais e faz a nave rodar em 3D na tela.

O chefe chega de repente e interrompe a concentração de Arthur.

Arthur !
virando surpreso...
ãã ?!?

agora tentando em vão esconder a espaçonave que roda 360 graus em seu computador
Chefe com um grupo de papeis na mão...
Precisamos terminar estes desenhos até segunda.

A sim claro!
O cliente quer recebê-los para uma olhada antes
Tudo bem!
E nos estamos atrasado
s com aqueles esboços do croqui do X5
Eu sei, é que tive alguns problemas com as interfaces, e...

Se tiver problemas, me avise, mas gostaria também do croqui na segunda em minha mesa
Ok. Eu vou tentar!
Está tudo bem com você, rapaz?
Arthur olhando para o nada e pensativo...
Como?
Tá tudo bem?
Ah! Claro!
Então está bem. Não se esqueça, os dois pra segunda. Tá bom?
Certo!
Chefe indo embora. para por um instante e se vira mais uma vez...
Ah, e Arthur..

Arthur se vira, mais uma vez meio surpreso. Com cara de interrogação
Bonita espaçonave!
Sai, piscando o olho com um sorriso
Arthur abre um sorriso e o vizinho de baia ri

quarta-feira, 18 de março de 2009

Método e Filosofia da ciência: as mudanças de paradigma no século XXI

Considero que o paradigma clássico da Ciência teve como um dos marcos importante o Discurso sobre o Método de René Descartes, principalmente em termos de sistematização do que é o método científico como hoje o conhecemos.

De acordo com Descartes o método [científico] é baseado em quatro preceitos:
“O primeiro era o de nunca aceitar algo como verdadeiro que eu não conhecesse claramente como tal...”, ou seja, introduz o conceito de verificação.

“O segundo, o de repartir cada uma das dificuldades que eu analisasse em tantas parcelas quantas fossem possíveis e necessárias a fim de solucioná-las” A compartimentalização e redução do problema em menores partes é característica do método que depois se utiliza da inferência, lógica e dedução para a construção de conhecimentos mais complexos, passiveis de comprovação. Esta última parte Descartes define no terceiro preceito, “o de conduzir por ordem de meus pensamentos, iniciando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para elevar-me, pouco a pouco, como galgando degraus, até o conhecimento dos mais compostos, e presumindo até mesmo a ordem entre os que não precedem naturalmente uns aos outros.”

O último preceito de Descartes é “o de efetuar em toda parte relações metódicas tão completas e revisões tão gerais nas quais eu tivesse a certeza de nada omitir”, o autor introduz o conceito das relações, padrões, leis de caráter generalista que caracteriza o método científico como o conhecemos hoje.

Da natureza hipotético-dedutiva de Descartes e da sua crença na necessidade da desconstrução do velho para a construção do novo, se baseia muito da filosofia da ciência clássica até hoje. O método busca estabelecer relações, leis, regras, padrões a fim de poder-se concluir algo, daí a célebre frase: "Penso, logo existo" (Cogito ergo sum)
Nos finais dos anos 20 do último século, a Física Quântica, foi protagonista do que originou o debate atual de um novo paradigma para a ciência. São famosos os repetidos embates entre Einstein x Bohr em Solvay em 1927 e 1930, representando um dos conflitos ainda atuais destes dois paradigmas. De um lado “Deus não joga dados” de Albert Einstein, e de outro “Einstein, pare de dizer a Deus o que fazer” de Niels Bohr dá o tom do que foi o nascimento deste conflito que afetou a bases do pensamento científico.

Na excelente biografia de Albert Einstein escrita por Walter Isaacson, há alguns trechos que caracterizam este embate. “A discussão dos dois chegou ao cerne fundamental da estrutura do cosmos: haveria uma realidade objetiva que existisse podendo-se ou não observá-la? Existiriam leis que restaurassem a causalidade estrita a fenômenos que pareciam inerentemente aleatórios? Seria tudo predeterminado no universo?”

Einstein conseguir resumir em uma frase este incomodo criado: “A crença num mundo externo independente do sujeito que o observa é à base de toda a ciência natural”, e esta base era justamente aquela que caia por terra com a nova física.


No intrigante livro “Quem somos nós”, três autores, Arntz, Chasse e Vicente, organizam alguns dos cientistas contemporâneos que defendem novas lentes a serem usadas pela comunidade científica. No capítulo intitulado “A mudança de paradigma”, Willian Tieller cientista e professor da Universidade de Stanford resume o problema da seguinte forma: “Não há lugar no (...) paradigma atual para qualquer forma de consciência, intenção, emoção, mente ou espírito. E como nosso trabalho mostra que a consciência pode exercer um efeito concreto sobre a realidade física, isto significa que no fim das contas tem de haver uma mudança de paradigma que abra espaço para a incorporação da consciência; a estrutura do universo precisa ser expandida para além do ponto em que está no presente para que a consciência possa entrar”

O princípio da incerteza (ou o princípio da indeterminação) de Heisenberg estabelece que não é possível obter a um só tempo a medida precisa da velocidade e a da posição de uma partícula. Quanto mais nos focalizamos em uma propriedade, mais a medição da outra se perda na incerteza. Isto cria algumas constatações que estremecessem as bases do pensamento científico clássico, como já outrora percebido por Einstein: O observador interfere na experiência, assim inferimos duas coisas: “Não existe ambiente controlado (técnico)” e “Não existe imparcialidade completa (social)”
Esta nova realidade insere o “livre arbítrio”, a intenção, no centro da discussão científica. De acordo com o livro “Ponto de Mutação” escrito pelo físico Fritjof Capra, estamos defronte da oportunidade da unificação de conflitos seculares como o entre místico/espiritual e ciência.

“Em contraste com a concepção mecanicista cartesiana, a visão do mundo que está surgindo a partir da física moderna pode caracterizar-se por palavras como orgânica, holística e ecológica. Pode ser também denominada sistemática, no sentido da teoria geral dos sistemas. O universo deixa de ser visto como uma máquina, composta de uma infinidade de objetos, para ser descrito como um todo dinâmico, indivisível, cujas partes estão essencialmente inter-relacionadas e só podem ser entendidas como modelos de um processo cósmico”

Alguns trechos interessantes do seu livro mostram o quão profundas foram estas mudanças: “A descoberta do aspecto dual da matéria e do papel fundamental da probabilidade demoliu a noção clássica de objetos sólidos”... “Portanto as partículas subatômicas não são “coisas”, mas interconexões entre “coisas”, por sua vez, são interconexões entre outras “coisas”, e assim por diante”...

Posso concluir que estamos passando nestes últimos cem anos por um processo significativo de ruptura quanto ao paradigma científico. Entre os muitos conflitos identificados nos autores e leituras acima, cito alguns que achei mais relevantes para a reflexão.

Conflitos entre o paradigma clássico e moderno da ciência:

- Imparcial x Parcialidade Explicitada
- Objetiva x Subjetiva
- Exata x Probabilísti ca
- Observador passivo x Observador ativo
- Hermética x Aberta a novos temas
- Determinística x Não linear (quantum)
- Holístico x Compartimentalizado

sábado, 14 de março de 2009

Duets - Neys e Caetanos

De um lado um dos mais criativos compositores da Música Popular Brasileira, que com tanto tempo de carreira continua impressionando por manter temas atuais e musicas sensacionais ano após ano.

De outro lado um dos maiores interpretes da MPB, que revisita as músicas e as transforma tamanha a sua energia e versatilidade.

Agora misture tudo isto, volte como numa máquina do tempo em mais de 30 anos atrás e você terá o encontro destes dois gigantes da nossa música num vídeo sensacional.

Segue o link para o vídeo no youtube de Tigresa com Ney Matogrosso e Caetano Veloso.
http://www.youtube.com/watch?v=5tQ0dbP1DI4

A vida - Roteiros - Parte I

(Encima da ponte, perto de um rio. O sol está se pondo, Artur está sentado na ponte e Duda de pé tacando pedras na água)
Cara, isto faz lembrar quando eu eu era criança. Ficava assim a tôa.
É!
Agora tudo é uma correreia, tem horário pra tudo, chego no escritório, aquela encheção de saco. Telefone tocando. Fora ter que acordar cedo. Você não acha tudo isto uma loucura?
O que?
Isto cara! Este negócio de ficar correndo feito um louco, acordar cedo porque tem que trabalhar!
Não tô te entendendo cara. Pra mim isto é normal!
Como normal, Duda, você não percebe? Cê acha normal acordar cedo todo dia? Pois eu não acho, eu não gosto de acordar cedo.
Pois eu não me incomodo!
Não tô falando disso cara!
Então cê tá falando do que?
De tudo! De tudo isto!
De tudo o que, Artur? Pra mim você falou que acha uma loucura as pessoas terem que acordar cedo.
Duda, não é isto. Tô dizendo, a rotina, cara... Tudo... Você tem que acordar cedo, tem que ter trabalho, tem que comer na hora do almoço. Tem que escovar os dentes
Cara, eu não tô te entendendo, eu não me incomodo de acordar cedo, e eu gosto de trabalhar. E cara, na hora do almoço eu to com fome... e escovar os dentes, Artur.. peraí?
Não tô falando disto, Duda? Tô falando desta pressão...
Que pressão?
Desta pressão, cara, de fazer as coisas. Parece que a gente não faz mais as coisas porque quer, mas porque tem que fazer. Até entendo, na boa, que você gosta de trabalhar, eu também cara, mas não é isto. Eu gosto de trabalhar as vezes, mas não todo santo dia.
Mas a gente não trabalha todo o santo dia
Eu sei cara, mas mesmo assim, é obrigação
Cê pode pedir demissão...
Eu sei, eu sei, não é disto que eu tô falando
Então é o que?
Tô falando do jeito que é tudo, Duda. Eu sei que eu posso pedir demissão, mas até mesmo a demissão Duda, é uma coisa assim, tem que pedir , não dá pra simplesmente sair.
... acho que se você não aparecer mais os caras te demitem..
Cara cê não tá entendendo. Tem este lance da demissão. Porque os caras tem que demitir..
O que cê queria que eles fizessem?
Não, Duda, tô falando, porque que tem que ter demissão, porque eu não paro de ir e os caras param de me esperar. Ou porque que tem que ter os caras? Não precisava dos caras, não precisava de ninguém!
Artur, como não precisava de ninguém?
Sei lá, de repente eu queria fazer uma coisa, eu fazia, depois não tava mais a fim, parava.
E quem iria te pagar assim
Duda, que pagar? Não ia ter pagamento, se eu quisesse comer, eu matava aí uma galinha e pronto, ou comia uma fruta.
Cê pirou cara? Isto é o que se fazia nas cavernas.
Então cara, e porque mudou?
Como assim, porque mudou?
É cara, por que mudou?
Artur, mudou porque a gente não é mais macaco cara, é o progresso.
Progresso, Duda? Ter que fazer tudo assim, na rotina, tudo obrigação. Isto que você chama de progresso?
É cara! Até parece que cê não sabia!
Pra você isto é progresso?
Não sei o que você está tão revoltado cara, até parece que tudo é obrigação.
Claro que é!
Claro que não!
Ah é, então me dá um exemplo!
Um exemplo, ?!?...
Um exemplo cara, nem tudo é obrigação? Ah é? Então quero ver...
Como um exemplo cara, tem milhares de exemplos cara, não tô te entendendo.
Então me fala um , Duda, fala um...
Qualquer um, sei lá, tipo assim, vai dizer que ir no cinema é obrigação.
Mas tem que ir nos horários certos.
Ué, e como você queria que fosse?
Ahh....Cara, eu tô querendo dizer que tudo tem este negócio, horário, tem dia da semana, depois muda o filme, tem que pagar ingresso, tem tudo isto, um monte de coisa, só pra assistir um filme.
E?
Ah, cara, esquece!
É melhor mesmo, que você não tá falando coisa com coisa.
(Silencio)
Só sei que sinto falta de quando era moleque!
(Silencio)
Eu também!

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Sem moral

Fico pensando se este problema só incomoda a mim: Se o fato dos valores morais de nossa sociedade estarem cada vez mais corrompidos não ser visto como um dos maiores problemas de nosso país.

Não estou falando na corrupção no governo, não é a corrupção moral no poder, esta que em maior ou menor grau é presente em quase todos os países do mundo. Este tipo de corrupção é também abominável, e deve ser combatida a todo custo, porém não é ela a que mais me incomoda.

Me incomoda a corrupção banal, aquelas nos detalhes, a falta de discernimento de boa parte da sociedade do que é certo e errado, do nosso jeitinho tão arraigado em nossa cultura que é muito difícil não sermos também corrompidos por ele.

Estou falando da moral no seu sentido básico, a moral que tem o seu significado abaixo: convicção íntima ou coletiva, que atribui valores positivos ou negativos a determinadas condutas e pensamentos humanos.

Para mim, a falta dela é uma das principais razões de muitos dos problemas do Brasil. A moral e os costumes tem muito a ver com o respeito coletivo.

Quando falo de boa parte da sociedade, me incluo como parte do problema, e gostaria também de fazer parte da solução. Me assombra o quanto somos cientes do mal que pode causar algumas destas pequenas corrupções do dia a dia e mesmo assim as praticamos.

Exemplifico: a compra de CDs e DVDs piratas é um dos maiores financiadores do crime organizado neste país, o não respeitar a sinalização de transito, avançando ao cruzamento para economizar alguns minutos do seu tempo são os grandes agravadores do caos que é o transito nas grandes cidades, o prazer em se beber algumas cervejinhas a mais é o responsável por boa parte do enorme contingente das vítimas fatais no transito,.... a lista é interminável !!!

Se este artigo causasse pelo menos um desconforto, um desconforto que fosse crescente em pelo menos mais uma pessoa, já me dou por satisfeito em tê-lo escrito.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Da série Duets - Um triplet

Embora neste caso é uma exceção a regra, ao mesmo tempo ele atende a regra do Duets que comecei a postar.

De um lado temos uma das mais profundas vozes da música popular brasileira. Já cantou de tudo um pouco, inclusive tem um disco ótimo que interpreta Raul, outro que canta com a prima e com os amigos Geraldo Azevedo e Alceu Valença um dos maiores encontros que a música brasileira pode proporcionar.

Para quem conhece MPB deve saber que estou falando de nada mais nada menos que Zé Ramalho.


O outro componente do duets, não é uma pessoa, mas também uma dupla. Uma dupla das mais famosas e mais clássicas que tem o nosso sertanejo. Além de super talentosos, com mais de 35 anos de carreira, um é pai e outro "tio"de uma das mais cobiçadas ninfetas do país.

Para bom entendedor, estou falando de Chirtãozinho e Xororó.

A música, combina com as diferentes entonações destes 3 personagens, e mostra que é tenue a linha que divide estes dois universos do sertanejo e da música popular brasileira.

Segue o link para vocês curtirem :

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Balanced Scorecard - A contabilidade do século XXI


Lembro que fiquei entusiasmado desde que eu eu conheci a metodologia do Balanced Scorecard desenvolvida por Robert Kaplan e David Norton. A idéia de criar indicadores, ou scores (pontuação) para objetivos importantes que você tenha em sua empresa lembra me os tempos de infância e os jogos de tabuleiro.

De fato, acho que a grande sacada dos dois foi a de organizar os objetivos em relações de dependência, em conexões de causa e efeito em busca de um objetivo maior, que no método chamamos de visão de futuro.

E quando tive oportunidade de trabalhar na implantação do modelo na Voith Siemens Hydro, tive uma chance única de aprendizado, já que, diferente do que acreditava, a construção do mapa nasce no coração da empresa, no estabelecimento de objetivos de processo que sirvam como base para a proposta única de valor.

E o que é a proposta única de valor da empresa? É justamente o que queremos entregar para o nosso cliente como valor. É que nos diferencia, é o que nos faz único. O fato de começarmos a construir o mapa estratégico com os nossos objetivos chaves a partir do valor que queremos entregar ao nosso cliente foi uma surpresa agradável no metodo que ao meu ver faz todo o sentido.

Depois disto fica fácil estabelecermos os objetivos da base, como queremos garantir que os processos internos funcionem de maneira sustentável. Com que tecnologia, pessoas, competências, conhecimento, cultura queremos lidar com os processos internos necessários para entregarmos valor ao cliente.

E por fim, identificamos quem são os nossos clientes e nosso mercado, e os resultados que esperamos com o emprendimento de atender a estes clientes.

Hoje, mais do que nunca, a empresa precisa controlar seu desempenho através de uma conjunto amplo de indicadores. Deve acompanhar a sua pontuação e sua excelência de maneira ampla, sem, no entanto, perder o o foco, evitando que o esforço não se perca em calor nos processos organizacionais.

O Balanced Scorecard é isto, um método balanceado para acompanhar o caminhar de sua empresa na busca de seu futuro, sem fazê-la perder a alma que faz vivo os seus negócios. Quem quiser e puder, vale a pena se aprofundar...

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

E um terceiro - Duets

Quando ouvi pela primeira vez Julieta Venegas foi paixão a primeira audição. Estava no México e a sua música e a sua voz tem tudo a ver com a alegria e o tom festivo da região.

Suas músicas na sua grande maioria batidinhas despreocupadas e com letras alegres combinam com a sua voz de adolescente, como um por do sol com uma tarde gostosa de outono.

Contracenando com ela outra musa, uma brasileira que é a nova voz da MBP. Cheia de amigos influentes que lhe munem de excelentes composições, ela é uma fonte quase que inesgotável de alegria e de novos sucessos na musicalidade brasileira, tornando a nossa Música Popular versátil e inovadora.

Tribalista, compor o quadro com Julieta lhe caiu muito bem.

Estou falando de Marisa Monte e Julieta Venegas na música Illusion.

Segue o link para o vídeo do show ao vivo, uma pérola.

http://www.youtube.com/watch?v=i3etwVAzrdc&feature=PlayList&p=542BB70B50151088&index=0&playnext=1

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Econopsicolomia

Quanto vale 20 minutos do seu dia? Você trocaria-o por um pedaço de papel? E por um pedaço de um bom metal, leve e maleável? E por um punhado de sal? E ainda em tempos modernos, por um número formado por pixels na tela de um monitor?

Agora quanto vale 8 horas de 22 dias de um mês de sua vida? Se você é um assalariado, provavelmente sabe esta conta de cabeça. E mais, dependendo do tempo na história que falamos, as pessoas trocaram sim os 20 minutos do seu dia por algum dos itens mencionados no parágrafo anterior.

O que move a economia atualmente no mundo não é mais a mera troca de bens e serviços entre duas partes.

É a confiança, hoje mais do que nunca, que faz possível que as trocas entre duas partes sejam possíveis. Acreditar que um pedaço de papel tem valor, ou que um pedaço de metal, que pouco antes era usado como lastro para o papel-moeda, tem valor é um exercício da psique humana.

A crise sem proporções que assola o planeta não tem nada a ver com a economia real. Hoje as grandes economias do mundo continuam com as suas fabriquinhas de papel desenhado que de maneira quase que caricata devem representar a riqueza, isto mesmo, a Riqueza, gerada naquele país. E o que acontece hoje é que o dinheiro está aí, mas todo mundo que tem, tem medo de emprestá-lo ou usá-lo, com o receio de quem pegar emprestado não devolver ou, o que for comprado hoje "valer" menos amanhã.

Incrível não! E se o dinheiro não circula, as trocas param e se fosse possível levarmos isto ao extremo, voltaríamos cada um a ter o que conseguissemos produzir, chegando ao fim da economia como a conhecemos.

Obviamente não acredito que há alguma hipótese disto acontecer, mas é engraçado só de pensar. E de certa maneira, é bom estar vivo numa das maiores crises dos últimos séculos. Espero que o mundo sobreviva.








domingo, 25 de janeiro de 2009

Duets - Um pouco mais

O mundo da música é pop, e gosto de lembrar Humberto Gessinger que dizia: "afinal o que é Rock 'n Roll, os óculos do John ou o olhar do Paul".

Entre os muito populares há duas figuras que eu gosto muito: a de Roberto Carlos, com todo o seu carisma e o suas composições atemporais, e de Ivete Sagalo, por toda a sua energia e voz.

Um dia fuçando na net encontrei um vídeo onde os dois cantam a música composta por Herbert Viana e Paulo Sérgio Valle: "Se eu não te amasse tanto assim" do repertório de Ivete. Gostei do que ouvi. Numa mesma música, é possível ouvir e ver nitidamente o que faz destes dois artistas grandes celebridades, o que tornam os dois tão populares.




Segue o link do youTube pra vocês verem estes dois ícones da música brasileira.
http://www.youtube.com/watch?v=B63q1l6CH_c

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

A esperança

13 de maio de 1888, assinatura da Lei Áurea e com ela a abolição (pelo menos oficialmente) da escravatura no Brasil.

20 de janeiro de 2009, um negro assume a presidência dos Estados Unidos da América, tornando assim o homem mais poderoso do mundo.

Entre estes dois marcos, uma epopéia de lutas e perseguições por motivos que fazem me refletir se o Homo Sapiens não merece de fato a extinção de sua espécie.

O Brasil foi um dos últimos países a terminar com uma das mais absurdas e vergonhosas práticas da humanidade, a de desumanizar o próprio homem. E diga-se de passagem, contra a vontade.

Eu diria que por razões históricas, já que na história recente as invasões bárbaras ocorreram no continente africano, o último grande período de tráfico de seres humanos foi em sua grande maioria de negros.

Esta prática arraigou em muitas sociedades uma descriminação vinculada a esta raça e acabou sucitando em muitos países, sobretudo no ocidente, um esforço enorme das comunidades negras para resgatar sua dignidade.

E impressionante como levamos tanto tempo para começar a reparar este câncer social, esta idéia infundada de raças inferiores e superiores. O caráter das pessoas, de cada uma delas, independente de raça, estes sim podem ser bem diferentes em sua magnitude.

Nem tudo na história se repete. Obama assume como um mito, ainda tem muito o que provar, mas reacende pelo menos em mim a esperança na humanidade, pois me faz voltar a acreditar que começa a ficar no passado o tempo que a cor da pele de uma pessoa representava muito mais do que a quantidade de melanina que a faz mais ou menos escura.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Duets

Sempre gostei de duetos. É barbaro poder ouvir duas vozes dialogando e buscando um espaço comum. Lembro inclusivo do filme com o nome homônimo que tem interpretações fantásticas.

Mas toquei no tema por que fiquei encantado com a versão blues do samba "Vacilão" interpretado por Badi Assad e Seu Jorge. Eu que não conhecia a Badi fiquei muito satisfeito com a sua musicalidade e a versatilidade de Seu Jorge é algo que impressiona. Ele não canta a música, ele conversa a música, de tão natural. A graça da letra ganha uma nova dimensão .

E nós brasileiros mostramos mais uma vez o que a criatividade e a maleabilidade é capaz.

Para quem quer curtir um pouquinho. Segue o link:

http://www.mp3tube.net/br/musics/Badi-Assad-e-Seu-Jorge-Vacilao/12600/

domingo, 18 de janeiro de 2009

Explicando Gaza - Parte II

O jogo é assim, todo mundo joga e todo mundo quer ganhar. E isto faz tempo...

E cada um joga por motivos diferentes, dificilmente é possivel identificar a razão de cada um em uma única palavra.

E no grande jogo que acabou aos 45, não tinha quem definisse as regras. Na verdade valia tudo, eram sempre os donos da bola que diziam o que podia ou não podia. E tinha gente tocando a bola com a mão, outros robando jogador do time adversário, fazendo gol impedido, pegando à força o uniforme do outro, até eliminando literalmente o time adversário. Era só olhar pro dono da bola, e o que ele fazia estava valendo. Se você não era o dono da bola, você tinha duas opções: ser amigo do dono da bola, ou, rezar.

O jogo foi uma catástrofe, todo mundo saiu perdendo, os que não tinham bola muito mais. Foi tão ruim, que mesmo os donos da bola decidiram que assim não dava mais, tinha que haver um juíz que fizesse valer as regras, que mandasse parar com os absurdos, enfim, que fizesse do jogo alguma coisa um pouco mais humana, se é que isto era possível.

Todos concordaram.

Só que o tempo passa e os donos da bola começaram a achar que era mais interessante do jeito deles. E num primeiro jogo, discordavam do juíz numa coisinha, no outro, faziam algo a revelia do juiz, e assim a coisa foi.

Hoje o jogo continua. Tem penalidade, o juíz apita, diz que foi falta máxima.... E todo mundo olha pro dono da bola para saber o que fazer!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Explicando Gaza - Parte I

Você é um um jovem recém chegado a idade adulta, independente financeiramente, boa pinta, futuro promissor. Tem boas relações como bastante gente, e tem gente graúda que lhe deve favores.

Acontece que você mora num bairro onde os vizinhos não te olham com bons olhos. E mais, tem um molequinho, com seus 3 a 4 anos de idade que vive te atazanando, riscando o seu carro, jogando pedra na tua casa, enfim ele consegue fazer da sua vida um pequeno inferno.

Pior, de uns tempos pra cá ele resolveu atacar pedra em você. Isto mesmo, em você. E dói pra caramba, e ele não para, e tens umas pedras bem grandes...

Neste momento tem muita gente que já começa a achar que o garoto merece uma lição. Uma lição bem dada mesmo. Tá certo que é criança, não sabe bem o que faz, ou até sabe. Enfim um dia terá que aprender.

E você vai acumulando aquela raiva, aquele ódio de todos aqueles dias. Você lembra do seu passado, de quanto apanhou e resolve dar uma lição no pestinha. Vai lá e dá uma surra nele, e não para por aí, quebra todos os dentes dele, e mais, ranca-lhe as unhas, depois tira-lhe o olho esquerdo, uma fratura exposta na perna direita, esmaga lhe o polegar, ranca-lhe os cabelos e lhe queima a cara. A sua esperança é que ele aprenda a lição.

O que você consegue:
1) Os outros não te acham mais um cara bacana
2) Se o menino não morrer, e crescer, ele vai querer revidar
3) Tem muita gente que vai começar a torcer pro pestinha, que você acabou por transformar em vítima da situação

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Comunicação e o século XXI - Parte II

Muito bom este livro "Presantation Zen" do Garr Reynolds. Nos dias de hoje onde somos massacrados com tanta informação, uma voz distoante conta como fazer apresentações elegantes, eficientes e inspiradoras.

O livro por si só é muito bonito, com ilustrações atraentes e uma linguagem fácil e dinâmica. Nele o autor nos convida a usar todo o potencial de aprendizagem do cérebro humano, mantendo conectado os "dois lados" do cérebro, o lado esquerdo, racional e factual e o lado direito, intuitivo e simbólico.

O texto faz uma análise consciente de fatores que compõem uma apresentação instigante, desde o seu planejamento e construção até a entrega, e busca resgatar o prazer dos contadores de estórias, que através de uma narrativa envolvente utilizam os slides como uma ferramenta de suporte.

Afinal de contas, por que o Power Point precisa de você lá mesmo?

Segue o link do blog do autor: http://www.presentationzen.com/presentationzen/
para que quiser dar uma olhadinha...

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Comunicação e o século XXI

Comunicar talvez seja a mais antiga das necessidades humanas. Compreender, se explicar, conectar com o mundo exterior é uma busca desde os primórdios, desde o Homo Erectus ou antes dele. Aprendemos a fala, depois dela, a escrita, estruturamos gramáticas, unificamos tratados, cursamos linguas, tudo isto na tentativa de escapar do abismo entre o "eu" e os outros que sempre existiu. A distância entre o significado original , a mensagem.

E o assunto permanece atualizadíssimo em pleno século XXI, com tantos canais abertos, com Big Brothers, Blogger, livros e piratas, tudo ao mesmo tempo agora disponível e instantâneo. O homem nunca foi tão só, com tantos espaços e tão pouco tempo. É a corrida desenfreada da cultura fast-food, onde tudo é pra ontem e já está padronizado. Então faça me o favor e peça pelo número.

É o novo paradigma, é o contrassenso moderno, nunca pudemos tanto e tão pouco, nunca estivemos tão próximos e também tão distantes. Chineses a distância de um click e ao mesmo tempo não cabem no segundo do relógio, as pessoas se movendo a velocidade da luz e esperando infinitamente o próximo capitulo.

E este texto agora, tentando comunicar algo, um espasmo, um suspiro, um quase nada, e ficou assim, perdeu-se a razão e por que não? O tempo acabou, não fui eficiente, não tive foco, não transmiti a mensagem:
- Que mensagem?

domingo, 11 de janeiro de 2009

Ávidos & Vigilantes

Se tudo tem um começo, este é o Fiat Lux , o genesis, a criação. Não sei bem onde tudo isto vai parar, enfim... se é que vai parar. O importante é iniciar a jornada, começar a caminhada rumo ao desconhecido, ou até mesmo o conhecido nunca antes explorado.

O "Ávidos & Vigilantes" quer ser isto, uma plataforma para o futuro, um lugar de apaixonados buscando um mundo melhor, um espaço para a troca de idéias, o fomento de coisas novas, a discussão de conceitos, um lugar de compartilhar, refletir, planejar e mobilizar. Uma pedrinha neste admirável mundo novo que se apresenta.

Sejam Bem vindos!